Léxico: «backdoor»
Outros tempos
«As agências de segurança governamentais têm como principal objetivo a segurança da população do seu país. Com o aumento de ferramentas mais seguras para comunicações escritas, orais ou visuais, alguns governos, uns de forma clara, outros de forma mais obscura, obrigam a criação de acessos alternativos à informação. A ideia por detrás destas imposições é que exista uma backdoor que, em caso de um atentado à segurança nacional, seja possível que se ceda as conversas de um cidadão específico a pedido da agência governamental» («Espionagem online e privacidade», Pedro Tarrinho, Público, 19.04.2015, p. 54).
É o excerto de um texto de 2015, mas cada vez ouço e leio mais a palavra backdoor, nos últimos dias relacionada com o atentado de Londres e o acesso ao WhatsApp que, em certas circunstâncias, o Governo britânico quer ter. Este textinho só serve para lembrar que está na hora de os dicionários bilingues darem conta destas acepções. Para o Dicionário de Inglês-Português da Porto Editora, backdoor ainda só tem acepções da era pré-tecnológica: «porta das traseiras; porta de serviço». Talvez desta última acepção se pudesse forjar uma nova, atinente ao que estamos a tratar, mas melhor será, porventura, dizer que se trata de um programa informático concebido para permitir o acesso secreto e remoto a um dispositivo informático. Aceitam-se, contudo, outras sugestões.
[Texto 7634]