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Linguagista

Léxico: «autolimitado»

Talvez prefiram self-limited

 

      «Ao contrário da hepatite B e da hepatite C, “que podem evoluir para a cronicidade[,] a hepatite A é uma doença autolimitada, curável e benigna”, explica Isabel Aldir [directora do programa nacional para as hepatites virais da Direcção-Geral da Saúde]» («Surto de hepatite A em Lisboa e na Europa», Lusa/TSF, 29.03.2017, 00h18).

   Por acaso, surpreendeu-me, sim: não está no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, que regista, por exemplo, auto-imune, para referir uma da mesma área de conhecimento. A ciência começa nas palavras.

 

[Texto 7643]

Léxico: «cranial»

Nem todos a esqueceram

 

      «Criador da Tesla e da SpaceX, Elon Musk tem mais um projeto a merecer a sua atenção, este último direcionado para a área da saúde. O empreendedor anunciou que vai desempenhar um cargo de topo na Neuralink, uma empresa inovadora sediada na Califórnia, Estados Unidos da América, e que pretende desenvolver computadores craniais para resolver problemas relacionados com a perda de capacidades do cérebro humano em virtude de doenças incapacitantes» («Elon Musk quer curar doenças neurológicas com computadores», Motor 24, 29.03.2017).

      Quando procuramos cranial na Infopédia, aparece-nos, como já suspeitávamos, apenas no Dicionário de Inglês-Português. Em castelhano, o termo é craneal; em italiano, cranico; em catalão, cranial. Na nomenclatura biomédica, tanto em Portugal como no Brasil, foram propostos, em diferentes ocasiões, crânico, cranial e craniano. Cranial apareceu quando em português já se consolidara «craniano», da Nomina Anatomica, onde tinha a grafia cranialis. Seja como for, é bom lembrar que o VOLP da Academia Brasileira de Letras regista o adjectivo «cranial».

 

[Texto 7642]