Entretanto, no Noroeste de Angola
«Numa noite de 2013, um grupo de cientistas fazia observações na natureza e ouviu uns sons diferentes na floresta de Cumbira, no Noroeste de Angola. Perceberam de imediato que eram vocalizações de um animal e que o volume do som ia crescendo. Logo lhes pareceu que deveria ser de um pequeno gálago, um género de mamífero primata de quatro patas e insectívoro. Estavam certos. O som era mesmo de um gálago, mas viriam a descobrir que é maior do que os gálagos já conhecidos. É uma nova espécie, agora designada cientificamente Galagoides kumbirensis, ou gálago-de-cumbira» («Descoberto um pequeno primata em Angola e já está ameaçado», Teresa Serafim, Público, 14.04.2017, p. 27).
Nascido para a ciência e, logo, nascido para a língua. Gálago já o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista, dizendo que vem «possivelmente do uolof golokh, “macaco”». Não seria melhor, porque mais conforme à nossa língua, uólofe, como vejo em alguns dicionários? Até porque, afinal, ao grupo étnico dão — e bem — o nome de Uolofes. «Também designado Jalofos», remata a definição. Sendo assim, porque não há, em Jalofos, nenhuma remissão para o verbete «Uolofes»? O consultante desdotado de poderes divinatórios não vai saber, não é?
[Texto 7714]