Léxico: «verde-paris»
E não é semelhante?
«O verde-esmeralda que Vincent van Gogh usou para pintar o seu Auto-Retrato Dedicado a Gauguin, em 1888, podia na verdade tê-lo envenenado. O problema não era propriamente a cor, mas a substância de que ela era feita: o acetoarsenito de cobre é altamente tóxico. Usado para fins tão diferentes como exterminar ratos nos esgotos parisienses — por isso a cor também é conhecida como verde Paris — e, mais tarde, como repelente de insectos, o pigmento era muito apreciado pelos pintores impressionistas e pós-impressionistas» («Este quadro é tóxico?», Lucília Galha, Sábado, 6.07.2017, p. 78).
Lucília Galha, se se escreve azul-da-prússia, não acha que também se deve escrever verde-paris? Por acaso, também na substância de que é feito o azul-da-prússia há um elemento tóxico: cianeto. O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora desconhece tanto o vocábulo verde-paris como acetoarsenito (C4H6As6Cu4O16).
[Texto 7992]