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Linguagista

Acepção «ilha»

Tomem estas duas

 

      «O Ministério Público (MP) acusou 18 pessoas por tráfico de droga, em “ilhas” de Vila Nova de Gaia (bairros típicos do Porto), e posse ilegal de arma, anunciou a Procuradoria-Geral Distrital do Porto. Segundo a acusação, os factos terão ocorrido entre 2013 e março deste ano e estão relacionados com a aquisição e comercialização de droga, nomeadamente canábis, cocaína, heroína e anfetaminas, a partir de “ilhas” de Gaia» («Ministério Público acusa 18 pessoas de tráfico de droga em “ilhas” de Gaia», Destak, 6.10.2017, p. 4).

      Uma ilha é mesmo um bairro? Não o diria assim; não o diz o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora; não o disse Leite de Vasconcelos, para quem eram «agrupamentos iguais, ou muito semelhantes, entre si, de moradias». Mas, reparo agora, aquele dicionário não acolhe acepções correntes de «ilha». Por exemplo, esta: «Peg e Harry estavam parados ao pé da ilha da cozinha, com sorrisos rasgados no rosto» (O Que Ela Deixou para Trás, Ellen Marie Wiseman. Tradução de Susana A. Lopes. S. Pedro do Estoril: Chá das Cinco, 2015). (No original, island counter.) E não só: não têm os supermercados e hipermercados ilhas, o nome dado aos frigoríficos horizontais com tampas deslizantes transparentes?

 

[Texto 8192]