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Linguagista

«Bangla» por «bengali»?

Há pior

 

    O Papa Francisco chega hoje ao Bangladeche — sim, como Alcabideche — para a segunda parte da sua visita à Ásia. Leio no sítio da Rádio Renascença: «A língua bangla contém ainda 1.500 termos portugueses e a comunidade católica deste país de maioria muçulmana tem as suas raízes na chegada dos portugueses, há 500 anos» («Rozario, Costa e Gomes esperam Papa no Bangladesh», 30.11.2017, 6h52).

      Língua bangla nunca eu antes vira num texto em português, apenas bengali. A Infopédia apenas regista bangla no dicionário de Inglês-Português. E estará errado referirmo-nos dessa maneira à língua do Bangladeche e de Bengala Ocidental? Não me parece: é um dos dois nomes daquela língua e, por algum motivo, o mais usado em inglês. Mas não perdemos nada em continuar a escrever como sempre o fizemos, não é? Para nos entendermos.

 

[Texto 8418]

«Ficar a ver navios»

Mais uma hipótese

 

      Já conhecia algumas hipóteses sobre a origem da expressão ficar a ver navios. Mais uma: «Foi uma falsa partida. A 26 de Novembro de 1807, a família real portuguesa embarcou em Belém pronta para fugir para o Brasil. Mas a viagem foi curta, até Cascais. Sem vento, a fuga só se concretiza, [sic] uns dias depois, a 29 de Novembro. O episódio está retratado numa pintura atribuída a Nicolau Delerive que pode ser vista a partir desta quarta-feira no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa.

      “Partida da Família Real para o Brasil – 1807”, que será inaugurada às 18h30, conta a história desta atribulada viagem que deixou os soldados franceses de Napoleão “a ver navios”.

      Quando as tropas lideradas por Junot chegaram a Portugal, às 9h00 de dia 30 de Novembro, já a frota de 14 navios tinha levantado ferro e navegava, primeiro em direcção a Cabo Verde, depois até ao Rio de Janeiro. O exército, com cerca de 26 mil homens, ficou, literalmente, a ver navios» («Sabe porque dizemos “ficar a ver navios”?», Maria João Costa, Rádio Renascença, 28.11.2017, 15h34).

 

[Texto 8417]