Inventar nomes para os filhos
Ora esta
O prestimoso Correio da Manhã já veio revelar o nome das gémeas de Luciana Abreu, nascidas no passado sábado: Lamour e Lavie. O cidadão comum tem por vezes dificuldade em dar nomes comuns aos filhos. Eu próprio passei pela experiência na conservatória da Fontes Pereira de Melo. Em relação ao nome das filhas que teve com Djaló, Lyannii Viiktórya e Lyonce Viiktórya, a justificação absurda que li foi a de que, como o pai era estrangeiro, as filhas podiam ter estes nomes. Nomes inventados pelos pais? Agora ambos os pais são portugueses (esperemos que ser guia turístico não sirva desta vez de justificação). Dantes, cheguei a dar conta disso aqui, havia, ao que me lembro, duas listas de nomes próprios: uma de nomes admitidos e outra de nomes não admitidos. (Claro que basta uma: a primeira.) Desconheço a periodicidade com que era actualizada, mas imagino que fosse quando o rei fazia anos. Agora, há uma só lista, actualizada, ao que li, de três em três meses. Só para terem uma ideia, o primeiro nome feminino que nela consta é Aabirah e o primeiro nome masculino é Aabaj. Como os nomes estão todos misturados, desde Txissolas a Vanessas, o cidadão fica com a ideia de que pode atribuir qualquer destes nomes aos filhos. Não é assim. Surpresa: na lista não constam Lamour nem Lavie. Em suma, para o Estado, uns são filhos e outros enteados. C’est la vie (não Lavie). Há momentos, e este é um deles, em que me envergonho de ser português.
[Texto 8516]