Léxico: «beringiano»
Com milhares de anos, mas novo
«Em 2013, num sítio arqueológico no coração do Alasca, foi encontrada uma sepultura com dois bebés. Ambos eram meninas e tinham 11.500 [sic] anos. Pensou-se logo que a partir dos seus esqueletos se podiam fazer análises genéticas e saber mais sobre a pré-história das Américas. Mas só um dos esqueletos tinha material para se sequenciar o genoma: foi o suficiente para perceber que fazia parte de um povo nativo americano que não conhecíamos até agora e que se separou há 20 mil anos do seu grupo ancestral: são os beringianos antigos, apresentados hoje na revista científica Nature. [...] Mas as informações que vêm de várias áreas da ciência têm-nos permitido perceber (e isso até tem sido consensual) que as primeiras pessoas terão lá chegado através de Beríngia, uma massa de terra seca com uma área equivalente a cerca de duas vezes a Península Ibérica. Portanto, o actual estreito de Bering não existia. A Beríngia começou a emergir há cerca de 36 mil anos, na última idade do gelo» («Esqueleto antigo traça retrato dos primeiros americanos», Teresa Serafim, Público, 4.01.2018, p. 26).
Beringiano e Beríngia ainda não chegaram aos dicionários, mas tudo leva a crer que vieram para ficar e fazem lá falta.
[Texto 8543]