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Linguagista

Léxico: «bolo»

Também é doce

 

      «A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) anunciou ontem um bolo de quase 375 milhões de euros, atribuídos a 1618 candidaturas, no âmbito do concurso de projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) de 2017. Números que, segundo a instituição, representam “o maior financiamento alguma vez atribuído” neste âmbito» («Recorde de 375 milhões nas verbas da investigação e desenvolvimento», Pedro Sousa Tavares, Diário de Notícias, 7.04.2018, p. 12).

      Onde está, no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, esta acepção de bolo?

 

[Texto 9020]

Léxico: «canoagem»

Menos olimpismo

 

      No âmbito do Dia Mundial da Actividade Física, a criancinha teve uma aula de canoagem na baía de Cascais. Agora vejam se a definição no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não está a precisar de ser corrigida: «DESPORTO modalidade olímpica que consiste em descer rios, geralmente com rápidos, e se pratica em canoa ou caiaque, individualmente ou por equipas».

 

[Texto 9019]

Léxico: «árvore-do-imperador»

Registe-se

 

      «Raquel Barata trabalha desde 2004 no jardim botânico [sic] e diz que hoje consegue contar histórias de quase todas as plantas. É ao percorrer o arboreto, a parte de baixo do jardim, que nos mostra a árvore-do-imperador (Chrysophyllum Imperiale), que está ameaçada na natureza» («Jardim Botânico de Lisboa. Uma caixinha de biodiversidade que vai finalmente reabrir depois de um ano e meio fechado, o jardim reabre hoje. Será gratuito na próxima semana e haverá visitas guiadas, nas quais se ouvirão histórias das cerca de 1500 espécies desse espaço», Teresa Serafim, Público, 7.04.2018, p. 28).

   O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não acolhe árvore-do-imperador. Com arboreto, decerto se lembram, já nos avistámos aqui. (Teresa Serafim, quase acertava: é Chrysophyllum imperiale.)

 

[Texto 9018]

Léxico: «passador»

Se é antigo, desaparece

 

      «Oito mais o passador. Iam de carro fora das localidades. Nas aldeias e vilas de Espanha passavam a pé e pelo monte, por causa da Guardia Civil. “A Espanha vivia uma ditadura com o general Franco tal qual como Portugal com Salazar. Ninguém podia sair do país. Demorámos mais de três dias a chegar a Paris. Dormíamos ao relento”, acrescenta [Julieta Alves, emigrante a salto]» («Memórias do Salto», Afonso de Sousa, TSF, 7.04.2018, 11h23).

      O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não regista esta acepção de passador (!), mas apenas outra, também ligada à clandestinidade: «popular traficante de droga».

 

[Texto 9017]

Léxico: «geresiano»

Dos poucos casos

 

      «É a Adega do Ramalho, cujo nome é tributo ao escritor e ao local que frequentava. Trata-se de uma casa aberta por Lino Ribeiro, um geresiano de nascimento, descendente da primeira família, oriunda de Rio Caldo, que se fixou, no ano de 1860, em permanência nas termas» («Banco histórico do Gerês deu nome a casa tradicional», TSF, 5.04.2018, 19h11).

      Deve ser dos poucos casos com tantas variantes: geresano, geresão, geresiano, geresino. E todas elas estão registadas no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora.

 

[Texto 9016]