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Linguagista

Espécies cinegéticas

Vamos melhorar isto?

 

      «No Diário da República do passado dia 18 pode ler-se o seguinte (portaria n.º 105/2018): “Impõe-se agora a definição das espécies cinegéticas às quais é permitido o exercício da caça nas épocas venatórias 2018-2021 e ainda fixar os períodos, os processos e outros condicionalismos para essas mesmas épocas.” Seguem-se as 37 espécies às quais se permite o “exercício da caça”. Importa-se de repetir? Tratar-se de erro de linguagem — cada vez mais adulterada pelo uso e abuso das redes sociais — ou de um acordo secreto com o PAN para só permitir a caça entre as espécies animais, excluindo o homem desse “exercício”?» («Caçadores proibidos», Sol, 28.04.2018, p. 27).

      Ao que isto chegou... Das trinta e sete espécies referidas, nem todas estão no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Faltam estas: coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus); perdiz-vermelha (Alectoris rufa); pombo-da-rocha (Columba livia); zarro-comum (Aythya ferina); zarro-negrinha (Aythya fuligula); tarambola-dourada (Pluvialis apricaria); rola-comum (Streptopelia turtur); tordo-comum (Turdus philomelos); tordo-ruivo (Turdus iliacus); estorninho-malhado (Sturnus vulgaris); narceja-comum (Gallinago gallinago) e narceja-galega (Lymnocryptes minimus). A outras que aquele dicionário regista falta, porém, o nome científico: lebre (Lepus granatensis); raposa (Vulpes vulpes); pega-rabuda (Pica pica); saca-rabos (Herpestes ichneumon); pombo-bravo (Columba oenas); pombo-torcaz (Columba palumbus); tordo-zornal (Turdus pilaris); tordeia (Turdus viscivorus); javali (Sus scrofa); gamo (Dama dama); veado (Cervus elaphus) e muflão (Ovis amon).

 

[Texto 9164]

Léxico: «mielítico»

Ciência sem palavras?

 

      «Havia, no entanto, uma perda relevante de substância branca — células da glia e axónios mielíticos, cuja principal função é alimentar os neurónios — nos alcoólicos, o que pode explicar a perda de funções nos casos mais graves [lê-se na obra Cem Mitos Sem Lógica, Sara Sá e Pedro Ferreira. Lisboa: Edições Desassossego, 2018]» («Fio mental», Visão, 26.04.2018, p. 31).

      O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não alcança tanta ciência, pois desconhece o vocábulo mielítico. Mas esperem... Relativo a «mielina» é mielínico; mielítico é o relativo a «mielite». Então, de novo: o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não regista nem mielítico nem amielínico (está no Dicionário de Termos Médicos, mas isso não chega). Quanto à citação, é simples: ou o livro está errado neste ponto, ou foi mal citado.

 

[Texto 9163]

Léxico: «oblata»

Peço igualdade

 

    «A superiora geral das Irmãs Oblatas do Coração de Jesus, a portuguesa Júlia de Sousa, diz, em entrevista à Renascença, que as irmãs da sua congregação não querem deixar a República Centro-Africana, apesar dos riscos que correm» («Irmãs oblatas não saem de Bangui. “Se não estivermos lá, quem é que os defende?”», Aura Miguel, Rádio Renascença, 3.05.2018, 18h45).

      Não saem de Bangui, mas tenho fé que entrem no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. As Irmãs Oblatas em 2012 foram referidas aqui no blogue a propósito de uma safe house («casa das safadas», brincava eu então) na Mouraria.

 

[Texto 9162]

Léxico: «antivirótico»

Água com sumo de limão

 

      O limão, rico em vitamina C (e A, B1, B2 e B3, mas em menor quantidade), tem efeito antibacteriano e antivirótico. Misturado com água, é uma bebida adstringente, remineralizante e com acção cicatrizante. Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, apropria-te de antivirótico, pela tua saúde.

 

[Texto 9161]