Léxico: «sem-trabalho»
Afinal, não é de agora
«Novamente, conforme os aguaceiros iam minguando, começavam a reunir-se no largo, à boa vida, e de bem má catadura, os coitados, os sem-trabalho, os maltrapilhos, os pedintões; e vinham com eles acompadrar-se homens válidos e enxutos de vergonha, operários, camponeses, pastores, os mesmos de onde agora, uns de ganga, outros de bombazina, ou de saragoça e com jaquetas listradas, aldeãs, patriarcais, gente em barda, amaltesada, excitada» (As Aves da Madrugada, Urbano Tavares Rodrigues. Lisboa: Livraria Bertrand, 1959, p. 52).
Podia pensar-se que são formas modernas de dizer, os sem-isto, os sem-aquilo, mas não é bem assim. Seja então sem-trabalho.
[Texto 9194]