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Linguagista

Léxico: «hiperdiversidade»

Esta é nova

 

      «“A nossa investigação aponta não só para o Leste da Ásia como a estaca zero deste fungo patogénico tão mortal, como também sugere que descobrimos apenas a ponta do icebergue da diversidade de quitrídios na Ásia”, nota Matthew Fisher [do Imperial College de Londres e co-autor do estudo]. E no artigo frisa-se: “Este hotspot de hiperdiversidade identificado na Coreia representa, provavelmente, uma fracção da diversidade genética do Batrachochytrium na Ásia.”» («O fungo que está a dizimar os anfíbios surgiu na Ásia», Teresa Serafim, Público, 11.05.2018, p. 35).

 

[Texto 9208]

Léxico: «quitrídio» e «quitridiomicose»

Afinal, faz falta

 

      «Ao infectar a pele de várias espécies de rãs, sapos e outros anfíbios, o fungo quitrídio (Batrachochytrium dendrobatidis) causa uma doença designada por quitridiomicose. Essa doença afecta a capacidade de os anfíbios regularem a água e pode levá-los à insuficiência cardíaca» («O fungo que está a dizimar os anfíbios surgiu na Ásia», Teresa Serafim, Público, 11.05.2018, p. 35).

      Caramba, como é que quitrídio desapareceu dos dicionários? Afinal, o termo ainda faz falta. Já a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira o registava. E quanto a quitridiomicose? Nada.

 

[Texto 9207] 

Léxico: «enramação»

Anotai, porque existe

 

      «O evento depende do voluntariado e a sua preparação é feita rua a rua. O trabalho desenvolvido em cada uma das ruas da vila alentejana fica em segredo, mesmo para amigos e familiares dos moradores, e só é dado a conhecer na noite da “enramação”» («Flores de papel de Campo Maior vão decorar ruas de Hiroxima», Carlos Dias, Público, 11.05.2018, p. 19).

      Muito bem, enramação, palavra que vejo em muitos dicionários e vocabulários, mas não no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Anotai, porque existe — e porque merecem para os ressarcir do erro no nome da naturalidade...

 

[Texto 9206]

Ortografia: «campo-maiorense»

Ora essa! Explica lá

 

      «Em 2015, perto de 7500 voluntários prepararam a última edição das Festas do Povo, na qual participaram 99 ruas, numa extensão de cerca de dez quilómetros, que se deram a conhecer ao mundo durante a famosa “noite da enramação”, na qual os campo-maiorenses se mobilizam para decorar cada uma das suas ruas, de forma a dar início às festas» («Flores de papel de Campo Maior vão decorar ruas de Hiroxima», Carlos Dias, Público, 11.05.2018, p. 19).

      Estranhamente, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista «campomaiorense». E, contudo, acolhe «ponte-limense», em tudo igual. Não, está errado, é mesmo campo-maiorense. Que eu saiba, nos nomes de naturalidade ou nacionalidade formados por compostos, usa-se sempre o hífen. Excepção, assim à primeira vista, é somente neozelandês, e isso porque o primeiro elemento é uma forma reduzida.

 

[Texto 9205]

Léxico: «tara»

Não se chega a perceber

 

      «Para alterar este realidade, o PAN – Pessoas, Animais, Natureza quer implementar uma tara recuperável para garrafas. O sistema já existiu em Portugal, mas apenas para garrafas de vidro. O partido quer agora alargar o modelo às garrafas de plástico e incluir as latas de alumínio» («Penalizar quem não devolve as garrafas», João Moniz, Destak, 11.05.2018, p. 4).

      No Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, não apenas esta concreta acepção de tara está mal definida («invólucro que reveste qualquer produto»), como faltam acepções.

 

[Texto 9204]