Léxico: «de jure» e «de facto»
A espuma dos dias
«Como diz Reihan Salam, editor da “National Review”, a espuma dos dias procura o dramatismo dos novos imigrantes que passam a fronteira, quando a verdadeira história é o drama dos imigrantes que são americanos de jura ou de facto e que vivem um desespero idêntico ao de outros americanos das classes baixas: pobreza, estagnação salarial nas últimas décadas, desemprego, destruição do sonho americano, suicídio em massa» («A personificação da fronteira», Henrique Raposo, Expresso Diário, 27.06.2018).
Amanhã — não, ainda hoje podemos ter alguém a dizer o mesmo, porque, lá está, leu no jornal. Quanto a Henrique Raposo, tanto pode saber como não saber, nem vamos curar de o averiguar. Trata-se de duas locuções latinas: de jure, «de direito», e de facto, «de facto». Não percebo por que razão os dicionários gerais da língua, que acoitam tantos estrangeirismos, não acolhem estas locuções. Alguma coisa se ganhava: menos erros.
[Texto 9511]