A arte de bem definir
Ah, que língua magnífica!
«No tweet, Trump utiliza a expressão “dog” (cão) para definir a ex-assessora — não indo ao ponto de usar o feminino da palavra, que na gíria americana significa prostituta. E é precisamente pegando nessa palavra que Pete Souza, o fotógrafo oficial de Barack Obama durante os seus dois mandatos, lhe responde subtilmente» («“Um cão verdadeiro à espera de um presidente verdadeiro”, respondeu Pete Souza a Trump», Ricardo Simões Ferreira, Diário de Notícias, 15.08.2018, 23h22).
No que difere muito do português, não é? A propósito, o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não quer chocar ninguém, e, por isso, define assim essa acepção pejorativa de cadela: «mulher cujo comportamento é considerado reprovável; mulher vulgar». Conheço montes de mulheres vulgares que são seriíssimas. Aqui, é necessariíssimo usar a palavra «prostituta», quando não «puta» — porque as palavras não mordem nem nos contaminam.
[Texto 9797]