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Linguagista

Léxico: «mosquito-tigre»

Só separados, mosquito e tigre

 

      «O mosquito tigre, com o nome científico de Aedes albopictus, foi detetado em agosto em dois municípios da Extremadura, mas o alerta só foi dado esta quarta-feira pelo ministério de Saúde espanhol que não especificou as localidades» («Mosquito do vírus zika às portas de Portugal», Céu Neves, Diário de Notícias, 30.09.2018, 00h05).

      Não era apenas eu que não sabia isto, pois em zica o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora diz: «arbovírus do género Flavivirus, da família Flaviviridae, que se transmite pela picada de mosquitos do tipo Aedes». Ou seja, nada de mosquito-tigre (ou mosquito-tigre-asiático) em lado nenhum.

 

[Texto 10 027]

Léxico: «interdepartamental»

Em coro: só num bilingue

 

      «Em nome do Senhor Ministro da Defesa Nacional e do Exército e no meu próprio exprimo o comum regozijo pelo programado acerto de colaboração interdepartamental concretizado no protocolo ora estabelecido» (Coordenadas Da Política Social, 1970/71, Baltazar Rebello de Souza. Lisboa: Editora Gráfica Portuguesa, 1971, p. 121).

      Descuido-me e ainda sou condecorado. Foge, barão. O propósito, porém, é só um, e completamente altruísta: lembrar que o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora se esqueceu de registar o adjectivo interdepartamental. E dá jeito, que mesmo agora o usei na revisão de um relatório de uma universidade. Só num bilingue, interdepartmental.

 

[Texto 10 026]

Léxico: «adobe»

Também se pode melhorar

 

      Diga-se, já agora, que a definição de adobe nos nossos dicionários também é muito pobre. «Há vários anos que o departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro desenvolve investigação sobre arquitetura de terra, onde se inclui o adobe. [...] Em Portugal, eram usados sobretudo dois tipos de adobe: o de terra (feito com terra argilosa à qual era adicionada, muitas vezes, palha) e o de cal (composto por terra arenosa e cal). Enquanto o primeiro era mais frequente no Alentejo e no Algarve, o último era característico da Beira Litoral» («E se as casas voltassem a ser feitas de areia e cal? Arquitetos querem recuperar a tradição», Joana Capucho, Diário de Notícias, 29.09.2018, 14h36).

 

[Texto 10 025]

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