Quando passamos a reler?
«Depois de o português ter durante décadas perdido terreno em Goa, onde o inglês foi-se afirmando a par do konkani como língua do estado, hoje há, porém, um número crescente de indianos a aprender português e não só na antiga colónia, fico a saber durante a conversa» («“Indianos acham que português é língua que cria boas oportunidades de carreira”», Leonídio Paulo Ferreira, Diário de Notícias, 31.08.2018, 7h48).
Se fossem descuidos do convidado/entrevistado do jornalista, ainda se admitia, pois é indiano, Shiv Kumar Singh, autor de um dicionário de hindi-português-hindi. Se é convicção, estamos muito mal. Mais um exemplo: «A diversidade é a regra na Índia, que nos últimos anos tornou-se um caso de sucesso económico, com taxas de crescimento semelhantes às da China ou superiores.» E não vimos há dias que a grafia correcta é guzerate? «Discordo de Singh quando diz que não parece português, basta pensar em tantos milhares de portugueses que há de origem indiana, desde o próprio primeiro-ministro até figuras da cultura ou dos negócios, muitos deles goeses, outros de origem gujarate.» A par destes erros, o texto tem muitos outros descuidos, o que é lamentável e inadmissível.
[Texto 9914]