Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Linguagista

Caça com pau

Só à paulada

 

       «“Os projetos de lei contemplam um conjunto de argumentos e justificações que revelam profundo desconhecimento da realidade do mundo rural. O que a legislação diz é caça com pau, não caça à paulada. Por um homem usar chapéu não dá uma chapelada”, afirmou o socialista Pedro do Carmo, justificando que aquelas espécies [raposa e saca-rabos] não têm predadores, logo a sua população pode ficar sem controlo sem a caça, além de serem portadoras de algumas doenças graves» («Proibir a caça à raposa? PSD, PS, CDS-PP e PCP estão contra», TSF, 3.10.2018, 15h23).

       Talvez tenhamos de pedir aos lexicógrafos que levem isto para os dicionários. Então os camaradas do BE, do PEV e do PAN não sabem isto? Realmente... O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora já regista a expressão caçar a corricão, que é aquela em que se faz levantar a caça por meio de cães. É apenas nesta e na caça de salto que, segundo a lei, se pode usar o pau.

 

[Texto 10 045]

Hossaino ibne Ali, Ibne Séude...

Nomes das Arábias

 

      «A rebelião do vélho xerife vale-lhe, em 1924, o banimento para Chipre, onde morreu pobre e execrado. Antes, em 1921, já a Inglaterra concluíra um tratado com Ibne Séude» (Árabes e Muçulmanos. Greis Sarracenas e o Islão Contemporâneo, quinto livro, Eduardo Dias. Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1940, p. 237).

       Quem ler esta obra de Eduardo Dias pode ter quase a certeza de não voltar a encontrar em mais nenhum autor certas transliterações e aportuguesamentos. Ibne Séude, na verdade, até se encontra em mais autores, mas não o nome daquele xerife a que alude a primeira frase — Hossaino ibne Ali, pai de Faiçal, depois rei do Iraque, muito por capricho de Lawrence da Arábia, e de Abdalá, que os Ingleses fizeram princípe da Transjordânia. Rival era este Ibne Séude, que em todo o lado é conhecido como... Ibn Saud.

 

[Texto 10 044]