Só na China, querem ver?
«Aconteceu na China. A Huawei puniu dois funcionários que recorreram ao iPhone para desejar um bom ano novo numa publicação na conta oficial da rede social Twitter da empresa» («Huawei sanciona funcionários que utilizaram iPhone para desejar bom ano», Rádio Renascença, 4.01.2019, 8h42). Talvez não seja apenas na China que isto acontece. Avancemos: «O erro ocorreu na empresa subsidiária de marketing Sapient. Agora, a gigante tecnológica vai despromover um dos funcionários e reduzir-lhe o salário, enquanto o segundo não poderá ser promovido este ano.» Erro, imagino, da perspectiva da entidade empregadora, que o jornalista adoptou. Repare-se — repara tu, dicionário da Porto Editora —, como, de tão usado, aquele adjectivo substantivado já se lexicalizou: tecnológica. Vimo-lo aqui com outros vocábulos, entretanto contemplados com um verbete autónomo nos dicionários.
Cite-se agora o último parágrafo do artigo, apenas para mostrar como o jornalista não sabe do que fala ou se exprime mal ou não conta tudo: «A equipa desta empresa não conseguiu ligar-se à rede privada VPN virtual — um mecanismo usado na China para contornar a censura cibernética que bloqueia páginas como Twitter, Facebook ou Google —, obrigando os funcionários a utilizarem os seus telemóveis com recurso a um cartão SIM de Hong Kong, que lhes permite aceder a essas páginas bloqueadas em território chinês.» Uma rede VPN serve sempre para contornar alguma coisa, na China ou em Portugal. No iPad, uso a versão gratuita do VPNHub, sim, a do canal de vídeos pornográficos. Contudo, os restantes dispositivos estão desprotegidos, pelo que estou a ponderar pagar uma licença da PureVPN, que os entendidos recomendam, tanto mais que está a decorrer uma promoção excepcional. Dado que a empresa existe há dez anos, optar por uma licença por cinco anos, com 88 % de desconto, talvez não seja disparatado. A segurança dos nossos dados devia constituir a nossa principal preocupação neste momento.
[Texto 10 542]