Logo uma tripla
«A prestação da Cappella dei Signori [agrupamento musical], iniciada com uma impressionante versão, em registo grave, do moteto O bone Jesu, de Pero de Gamboa, caracterizou-se pelo uso exclusivo de vozes masculinas (incluindo falsetistas), apoiadas por fagote, violone e órgão (à maneira tardo-renascentista, e não como baixo contínuo); embora com presenças algo desiguais, os cantores lograram formar, debaixo da direcção cuidada de Ricardo Bernardes, uma sonoridade coesa, fosse na fusão harmónica, fosse na precisão dos ataques» («Música com letra em latim, música com dança: novidades antigas, tradições modernas», Manuel Pedro Ferreira, Público, 15.01.2019, p. 33).
Ora, no dicionário da Porto Editora, temos tardo-gótico e tardo-medieval, e nada mais. E também não encontramos nele falsetista. Quanto a violone, bem sei que é italiano — mas figura como vocábulo estrangeiro no VOLP da Academia Brasileira de Letras. Percebe-se porquê. «Antico strumento della famiglia delle viole, considerato l’antenato dell’attuale contrabbasso: il fondo è piatto, e termina in alto come quello della viola da gamba», lê-se no Treccani.
[Texto 10 592]