Não liguem
«Um fenómeno astronómico passou do Espaço para as redes sociais quando um meteorito caiu na face visível da lua, durante o eclipse da madrugada desta segunda-feira, a “Super Lua Vermelha”. Não é, certamente, a primeira vez que um meteorito colide com o planeta satélite da Terra, mas é a primeira vez que o episódio é filmado» («Do Espaço para as redes sociais. Colisão de meteorito com a Lua filmada pela primeira vez», Sara Beatriz Monteiro, TSF, 23.01.2019, 8h43).
Daqui a quantas luas os jornalistas saberão que os elementos de formação de palavras não podem ficar assim soltos à maluca? Quando, Sara Beatriz Monteiro? Há quem defenda que se deve escrever «super-Lua», porque Lua é um nome próprio (do que esta jornalista também se esqueceu ou não sabe), e, dado que não se pode escrever «superLua», o correcto é «super-Lua». Bem, estamos de acordo num ponto: não se pode escrever «superLua». Do que se esquece quem aduz esse argumento — do que se esquece Dad Squarisi, do Correio Braziliense — é que a designação em causa é de um fenómeno, como as próprias fases da Lua, o que se escreve com minúscula, e não o nome do satélite da Terra. Q.E.D.
[Texto 10 639]