Como se deturpam as notícias
Na terra do mais ou menos
«O corpo foi levantado às 4h00, e estava coberto de areia. O responsável explicou que uma das teses mais prováveis é que, na própria queda, a terra se foi desprendendo das paredes do poço, “muito imperfeita e muito arenosa”. [...] A operação de resgate de Júlen [sic] foi “uma missão colossal” que envolveu a remoção de 85 mil toneladas de areia» («Julen foi encontrado a 71 metros e terá sofrido “um tramatismo craniano”», Rádio Renascença, 26.01.2019, 17h11).
Estava coberto de areia? No diário La Vanguardia leio que «fue encontrado cubierto de tierra». Houve a remoção de 85 mil toneladas de areia? No diário La Vanguardia leio que «se han movido 85.000 toneladas de tierra». E mesmo quanto a arenosa — as paredes do poço é que são muito arenosas, não a terra. Terra é terra, areia é areia. Talvez seja demasiada areia...
[Texto 10 657]