Linguagista

Suprema distracção

      Ao almoço, comi esparguete picante com supremas de salmão em molho de mostarda. A palavra suprema — a melhor parte de uma peça de carne, peixe ou ave, sem pele, espinhas ou ossos — está na boca dos cozinheiros, em livros de culinária, nas embalagens nos supermercados — mas não nos nossos dicionários.

[Texto 10 706]

Qual?

      «Fundador dos Rádio Macau ou dos Micro Audio Waves, e produtor de Jorge Palma, eis Flak, com o seu terceiro álbum a solo, tocado pelo psicadelismo, pelo sol e pela cumplicidade com as novas gerações, simbolizada pela produção de Benjamim» («Flak: “Isto é uma nova fase. O passado foi lá atrás”», Vítor Belanciano, «Ípsilon»/Público, 28.12.2018, p. 13).

      Qual é que acham que foi o dicionário que se esqueceu de registar psicadelismo, mas acolhe psicadélico?

[Texto 10 705]

Um mercado apetecível

      «A Flash é a sexta marca [juntamente com Lime, Hive, Voi, Tier e Bungo] a partilhar trotinetes elétricas em Lisboa. A empresa alemã de micromobilidade está a testar o mercado nas zonas de Belém e Parque das Nações com veículos pretos decorados com a frase this is not a scooter. Os descontos nas viagens para premiar quem estacionar bem as trotinetes e o uso de veículos mais estáveis e fáceis de utilizar são as formas encontradas para a Flash destacar-se da concorrência» («Flash. Quem estacionar bem as trotinetes vai pagar menos», Diogo Ferreira Nunes, Dinheiro Vivo, 26.01.2019, 10h00).

    Ainda recentemente vimos o dicionário da Porto Editora acolher o vocábulo electromobilidade, proposto por nós. Não é o futuro, é o presente, e eu já experimentei uma trotinete da Lime. Não gostei: não travam bem, não têm suspensão, são estreitas... Nem sei como há quem se aventure aí pela cidade montado em semelhante caranguejola. Compraria uma Dualtron Ultra — se travasse tão bem como acelera.

[Texto 10 704]