«Quanto mais eu/tu/ele/nós...»
Só para se calar de vez
Nolite mittere margaritas ante porcos, aconselha o adágio latino, mas, já se sabe, nem sempre nem nunca. A minha construção, com a diferença do pronome, é exactamente a que encontramos no seguinte excerto da crónica do jesuíta Leonardo Nunes: «Perguntou-lhe quanta gente estava na fortaleza. Respondeu que dois mil homens. Perguntou mais quantos traria o governador. Respondeu que doze mil. Perguntou se pelejaria com ele. Respondeu que, se o governador tivera licença dado aos cercados, já o tiveram desbaratado, quanto mais ele que não vinha senão para começar nele a destruição e ir por dentro da terra acabá-la em Amadaba, onde estava el-rei» (Crónica de D. João de Castro, Leonardo Nunes. Lisboa: Publicações Alfa, 1989, p. 77). Confundir obstinadamente — ainda depois de eu tratar da questão várias vezes — esta construção com outra completamente diferente, que é quando mais não seja, isto é, quando por outra coisa não for, vai para lá de toda a miséria.
[Texto 10 739]