Faz mesmo falta
«Este é um livro para todos? O autor acredita que sim. Os alunos e os professores serão os leitores mais assíduos, seja no secundário ou no ensino universitário, mas Frederico Lourenço está em crer que até os curiosos podem tirar partido desta obra. Uma gramática moderna e atualizada que vai ao essencial do que é preciso saber para abordar a leitura de textos latinos em prosa e em verso» («Habemus Gramaticae», Teresa Dias Mendes, TSF, 19.02.2019, 8h49).
Eu vou comprá-la, certamente, mas a questão é: não fará mais falta a Teresa Dias Mendes? Quantas gramáticas são? É uma: «São 500 páginas, que se dividem em 3 partes: morfologia, sintaxe e uma lista do vocabulário essencial da língua latina, que ajuda os simplesmente curiosos. Há ainda uma “Antologia de textos” comentados, desde o século II a.C., onde o autor garante o prazer intelectual proporcionado pelo conhecimento do latim.» Grammatica, ae pertence à primeira declinação, como porta ou papa. E não se diz, Teresa Dias Mendes, «habemus papam», único latim que 99 % das pessoas sabem? Então, como quer concluir? Mesmo se fossem duas, dir-se-ia «habemus grammaticas», porque é objecto directo.
[Texto 10 826]