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Linguagista

Léxico: «nariz»

Dico du vin

 

      Outra acepção que os nossos dicionários ainda não registam, e que fomos buscar à língua francesa: nariz (nez du vin). Ali atrás falei do vinho branco Bajardão. Ora, os entendidos afirmam que tem cor palha (nesta também eu acertava) e mostra um nariz extremamente mineral, floral, com boa evolução e complexidade. E lê-se isto não apenas em publicações especializadas, mas em qualquer jornaleco. Assim, para apreciar devidamente um vinho, precisamos de três sentidos. Nada de especial: para apreciar outros alimentos, são precisos até quatro sentidos.

 

[Texto 10 946]

O «veado» brasileiro

Omitindo todas as outras

 

      «Quem percorre as salas do Senado Federal, a câmara alta do Parlamento brasileiro, vê a entrada do plenário, num lado, o restaurante do outro, o café mais à frente, salas de reuniões aqui e ali e, claro, os gabinetes dos senadores, os mais seletos eleitos da nação. O gabinete 19, o 20, o 21, o 22, o 23... o 25. E o 24? Porque nenhum senador brasileiro tem o gabinete 24? [...] E o número 24 é o do veado, animal conotado com homossexualidade no país — a palavra “transviado”, usada antigamente para apontar o dedo aos gays, foi reduzida a “viado”, com ‘i’, e daí, por proximidade fonética, transformada em “veado”, com ‘e’» («Cadê o gabinete número 24? Quando a homofobia e a infantilidade falam mais alto», João Almeida Moreira, TSF, 7.03.2019, 11h38).

      João Almeida Moreira deve saber que esta é apenas uma das mais de seis teorias sobre a origem da palavra.

 

[Texto 10 945]