Léxico: «francígeno»
É o mais acertado
«Enquanto em Portugal a arte românica foi a linguagem do novo reino, sob influência sobretudo das grandes construções de peregrinação e dos mosteiros beneditinos de Cluny, na Île-de-France tinha início outra aventura artística, que o tempo haveria de caracterizar como Gótico. No entanto, não era por este nome que aquela nova arte se chamava. Até ao século XIV, alguma documentação refere a singularidade do opere francigeno, a obra à maneira francesa, uma forma de construir totalmente singular e distinta do que era feito até então. [...] Nas catedrais de Salisbúria, Tournai, Bruxelas, Lausanne, Marburgo, Colónia, Leão ou Toledo é possível identificar aspetos da influência da arquitetura francígena» («No tempo das catedrais», Paulo Almeida Fernandes, Público, 17.04.2019, p. 9). Sendo assim, o mais acertado é dicionarizar o vocábulo francígeno. E não nos referimos, sem aspas nem itálico, como deve ser, à peregrinação pela Via Francígena, que teve início na Idade Média, que parte da Inglaterra rumo ao túmulo de São Pedro, em Roma? Ora aí têm.
[Texto 11 206]