Léxico: «cartuxo/ cartusiano»
Enfim, nada de novo
«Pedro Baptista é um enólogo discreto. Gosta pouco de aparecer, preferindo fazer vinhos, que falam por si, a explicá-los. Percebe-se: tem a sorte de trabalhar numa casa com matérias-primas de primeira qualidade, a Fundação Eugénio de Almeida (que é também projeto social, cultural e educativo na região de Évora), e uma marca histórica, e bem reconhecida, a ela associada: a Cartuxa, de nome inspirado no mosteiro jesuíta homónimo» («O futuro da Cartuxa é agora», Rita Bertrand, «GPS»/Sábado, 7.02.2019, p. 104).
Quando não se sabe muito, não soam campainhas. O Mosteiro da Cartuxa é jesuíta, Rita Bertrand? Podia ser só um nome, sim, mas não é o caso: a Ordem dos Cartuxos ou Ordem de São Bruno é uma; a Companhia de Jesus é outra ordem. Penitencie-se, estude, faça uma reportagem sobre os Cartuxos (mas não escreva, como alguns colegas seus, «Cartuchos»). No Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, nem tudo está perfeito: nunca se fala concretamente em Ordem dos Cartuxos ou Ordem de São Bruno, por exemplo; como não há remissões recíprocas em cartuxo e cartusiano.
[Texto 11 230]