Desigualdade
«Trabalham centenas de mulheres no Vaticano, religiosas e leigas, para além de muitas que estão ligadas à cidade-estado por serem mulheres ou filhas de funcionários. Apesar de a maioria delas não terem experiência de desporto ao mais alto nível, há pelo menos três da equipa que já jogaram mais a sério, incluindo a capitã e ponta-de-lança Eugene Tcheugoue, dos camarões [sic]» («Vaticano lança equipa de futebol feminino. “Mesmo que percam não faz mal”», Rádio Renascença, 14.05.2019, 17h01).
Enquanto a igualdade não chega às nossas Forças Armadas (contra este estado de coisas não há manifestações), pelo menos em contexto desportivo já se aceita a forma feminina capitã. Diga-se, porém, que os lexicógrafos também têm a sua quota-parte (precisas de uma acepção mais genérica desta palavra, Porto Editora) de culpa. Assim, no caso do dicionário da Porto Editora, a par de capitoa, termo antiquado, devia registar-se — para segurança do falante comum, que até em questões mais simples vacila e treme — o feminino capitã. (Rádio Renascença: pus um sic, mas devia ter usado dois ou mais. Assim, por exemplo, «ponta-de-lança» é só para nós, que não seguimos o Acordo Ortográfico de 1990.)
[Texto 11 358]