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Linguagista

Léxico: «huguenote»

Na sua maioria

 

      «Já por esses dias a catedral [de Notre-Dame] — um exemplo maior do gótico — fora alvo de primeiras ações de destruição quando, em 1548, huguenotes (protestantes franceses, na sua maioria calvinistas) danificaram ali algumas estátuas que viam como idólatras» («A história da resiliência de uma velha catedral», «Revista E»/Expresso, 19.04.2019, p. 18).

      É isso mesmo: «na sua maioria calvinistas». O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora generaliza abusivamente ao afirmar que é o «nome dado na França aos sectários da doutrina de Calvino».

 

[Texto 11 381]

Léxico: «entreportas»

Portas adentro

 

      «No dia 25, o país verá os seus nomes inscritos entre os 2510 presos que a cadeia de Peniche guardou entreportas entre 1934 e 1974» («As mulheres de Peniche», Alexandra Carita, «Revista E»/Expresso, 19.04.2019, p. 37).

      É advérbio que, incompreensivelmente, já não encontramos em todos os dicionários. No Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, por exemplo, não está. E repare-se que não foi aqui usado em nenhum livro, mas numa mera reportagem.

 

[Texto 11 380]

Léxico: «chancelaria»

Ora vejam lá neste e naquele

 

      «Largas centenas de pessoas juntaram-se este sábado em frente à chancelaria austríaca, em Viena, numa manifestação contra o vice-chanceler demissionário» («Centenas celebram demissão de governante da extrema-direita: “É um grande dia para a Áustria”», Inês Rocha, Rádio Renascença, 18.05.2019, 17h01).

    Uma chancelaria assim é coisa que o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não tem, e não é o único dicionário com tal falha. Como é que isto é possível?

 

[Texto 11 379]