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Linguagista

Léxico: «olheiro | scout»

Olhem bem

 

      «Muito antes de pensar nos euros a gastar, o clube armou-se com scouts e gente para saber através de outras pessoas, conhecidas por rede de contactos, como João Félix terá reagido a coisas da vida» («A culpa é do miúdo com acne e aparelho», Diogo Pombo, Expresso, 22.06,2019, p. 36).

      Então não se diz olheiro em português? E, valha a verdade, que belo neologismo. A definição no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora é que é demasiado seca, quase inútil: «observador; informador».

 

[Texto 11 655]

Léxico: «vinílico»

Menos radical

 

      Um vizinho quer mudar o chão da cozinha. Muito bem, não me oponho. Estudadas todas as opções disponíveis, vai, por conselho de um profissional, mandar pôr piso vinílico. Assim, a meu ver, o dicionário da Porto Editora, em vinílico, não pode apenas dizer «QUÍMICA relativo ou pertencente ao radical vinil».

 

[Texto 11 654]

Léxico: «cercefi | barba-de-bode»

Era bom que vissem

 

      Ao almoço comi uma boa porção de cercefi, ou barba-de-bode (Tragopogon porrifolius). Procuro sempre variar a alimentação, e gostava de estender esta busca da variedade a vários outros aspectos da vida (se o leitor malévolo pensa que estou a pensar em poligamia, não sou eu que lhe direi que não), porque a mesmice me aborrece mortalmente. Bem, e quanto aos dicionários, ou, mais concretamente, ao dicionário da Porto Editora, qual é a desgraça desta vez? Regista ambos os termos, mas, em barba-de-bode, não remete para cercefi. Esta falha diminui substancialmente a utilidade de qualquer dicionário.

 

[Texto 11 653]

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