Léxico: «cavérnula»
Agora o pénis
Então não se dá o nome de cavérnulas aos espaços vazios dos corpos cavernosos, como, por exemplo, do pénis? Se é assim, porque desapareceu o vocábulo cavérnula dos nossos dicionários?
[Texto 11 570]
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Agora o pénis
Então não se dá o nome de cavérnulas aos espaços vazios dos corpos cavernosos, como, por exemplo, do pénis? Se é assim, porque desapareceu o vocábulo cavérnula dos nossos dicionários?
[Texto 11 570]
Comparar não ofende
«Uma equipa de cientistas holandeses determinou que um beijo de 10 segundos permite a transmissão de 80 milhões de bactérias. [...] Os investigadores da Netherlands Organisation for Applied Scientific Research analisaram 21 casais e a respetiva microflora bocal e ficaram, eles próprios, surpreendidos com a quantidade de microrganismos trocados num único beijo» («Um beijo de 10 segundos transmite 80 milhões de bactérias», TVI 24, 17.11.2014, 17h48).
Atenção, isto não faz mal, pelo contrário. O que faz comprovadamente mal é a definição vaga ou incorrecta de vocábulos nos dicionários. Microflora, para o dicionário da Porto Editora, é a «flora constituída por uma vegetação microscópica». Seja. Para o Collins, é «the community of microorganisms, including algae, fungi, and bacteria that live in or on another living organism or in a particular habitat».
[Texto 11 569]
Que dor
Na definição da Associação Internacional para o Estudo da Dor, dor neuropática é a «dor causada por uma lesão ou doença do sistema nervoso somatossensorial». E quando se fala no homunculus sensitivus a palavra não deixa de ser usada. No Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não a vamos encontrar.
[Texto 11 568]
Nem só da botânica
Está bem, Porto Editora, dir-se-á mais vezes botão gustativo, mas também se usa calículo gustativo. Seja como for, não registas estas acepções de botão e de calículo. Não, não são apenas termos da botânica.
[Texto 11 567]
Bem me parecia
«A vagina é um canal musculomucoso extraordinariamente elástico que...» Alto! Não digo mais, não vou falar aqui de vaginas num blogue sério. Só queria saber se há alguma boa razão para os dicionários não registarem o termo musculomucoso. É que, com ele fora dos dicionários, esta Maria, e outras Marias, escreve-me isto mal.
[Texto 11 566]
A mais bela ciência
«Lembra-se do primeiro? Olhos nos olhos, mãos suadas, coração acelerado, lábios hesitantes. Tensão e emoção. Num sopro, paraíso ou inferno. Afinal, porque beijamos? Simples: porque queremos. Porque nos rendemos aos afetos e nos deixamos levar pelos impulsos românticos. E, contudo, explicam os cientistas, o fenómeno é muito mais complexo do que a simples comunhão de duas bocas, seja no entrelaçar das línguas ou, com menos saliva, na união de dois lábios (ou, para ser mais rigoroso, dois pares de lábios). Por isso criaram a filematologia, a ciência que estuda o beijo e as suas funções» («A ciência do beijo», Nelson Marques, Expresso, 12.03.2009, 23h55).
[Texto 11 565]
Devolvam-me o osso!
Hum, desconfio que a Porto Editora não leu o manual de anatomia da cabeça e do pescoço até à última página, como aconselha a prudência. Então, onde está o tiroial, a ponta maior do osso hióide? Vá, responde.
[Texto 11 564]
Quase chinês
Não acredito que a Porto Editora não seja capaz de uma definição mais compreensível de zona pelúcida: «faixa anista que circunda o óvulo num folículo de Graaf adulto». Num dicionário geral da língua?
[Texto 11 563]
São necessárias
«Em comunicado, a bicampeã olímpica dos 800 metros acusa a IAAF de a ter utilizado num tratamento hormonal destinado a reduzir os níveis de testosterona em atletas hiperandrogénicas» («Caster Semenya acusa IAAF de usá-la como “rato de laboratório”», Rádio Renascença, 18.06.2019, 23h35).
Hiperandrismo ainda o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista — mas, e hiperandrogénico, onde pára? Aliás, vê-se muito mais vezes hiperandrogenismo, que aquele dicionário também não acolhe. E de hiperandrogenemia também não há rasto.
[Texto 11 562]