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Linguagista

Léxico: «paraprofissional»

E, contudo, usa-se

 

      «Todas eram, essencialmente, duplicados de sociedades profissionais não totalitárias existentes; eram paraprofissionais como as tropas de assalto eram paramilitares» (As Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt. Tradução de Roberto Raposo. Alfragide: Publicações Dom Quixote, 2017, p. 465).

      Há já dez anos eu estranhava que não estivesse, como substantivo e como adjectivo, nos dicionários. Decerto, vem do inglês, como muitos outros, mas não estranhamos o conceito nem o uso do elemento de formação para-; lembremo-nos, por exemplo, da palavra «paramédico», hoje muito mais em uso. No futuro, as mudanças nas profissões vão levar-nos a ter mais paraprofissionais do que profissionais.

 

[Texto 11 855]

Léxico: «biodiesel | transesterificação»

Não se percebe

 

      «Numa altura em que esta é cada vez mais considerada uma matéria-prima insustentável que mata habitats e espécies pelo mundo, em apenas um ano Portugal passou a usar cinco vezes mais óleo de palma na produção de gasóleo. […] Em 2017 usaram-se 7,6 milhões de litros de óleo de palma na produção do biodiesel que por lei tem de ser incorporado no gasóleo rodoviário, número que em 2018 disparou para 38 milhões» («Óleo de palma no gasóleo vendido em Portugal quintuplicou em apenas um ano», TSF, 24.07.2019, 7h45).

      Não vou fingir o contrário: não percebo a definição de biodiesel no dicionário da Porto Editora, que diz que é o «combustível renovável e biodegradável, fabricado a partir do óleo vegetal obtido de sementes oleaginosas e/ou de óleos vegetais, usado em veículos com motor diesel». Segunda questão: o biodiesel é produzido por meio de um processo químico chamado transesterificação, que é a separação da glicerina do óleo vegetal, termo que não vejo nos nossos dicionários.

 

[Texto 11 854]

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