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Linguagista

«Coarctar | quartar», uma triste confusão

Demasiado mau

 

      «E [Francisco Assis] garante: “Não perco um minuto a pensar nisso e nunca fiz depender nada do exercício de qualquer função. Nada pode quartar a minha liberdade de intervenção pública”» («“Há uma espécie de ‘geringonça’ oculta, o PS, o PSD e o CDS”», São José Almeida, Público, 20.07.2019, p. 12).

      Parece demasiado mau para ser verdade — mas está escrito, não vão conseguir apagá-lo. Como é que uma jornalista cai em semelhante erro? De facto, quartar e coarctar pronunciam-se da mesma maneira, mas os significados não têm nenhuma relação. Francisco Assis disse coarctar, isto é, restringir, limitar, reduzir. Quanto a quartar, nem vale a pena dizer o que significa. Quando não conhecemos bem, quando temos dúvidas, São José Almeida, consultamos um dicionário — é para isso que eles existem. Por outro lado, que revisor deixava passar este erro? Logo, os textos não são revistos.

 

[Texto 11 816]

Léxico: «queimódromo»

Está aí há anos

 

      «Não há indícios de crime no caso de jovem seminua encontrada junto ao Queimódromo, no Porto» (Patrícia Carvalho, Público, 8.05.2019, 13h11). Falámos aqui de queimódromo em 21 de Julho de 2017. Lembrei-me disto, não porque faz amanhã exactos dois anos, mas porque vi a palavra na primeira página (falsa primeira página, publicitária) da edição de hoje do Jornal de Notícias. Não me parece que se deva esperar mais para a levar para todos os dicionários.

 

[Texto 11 815]