Face a face, cara a cara, frente a frente
«A maior parte dos efectivos, porém, é de etnia chinesa, nem sequer são macaenses. O confronto coloca os guardas num frente-a-frente com gente, sobretudo jovem, com a mesma etnia, a mesma língua, os mesmos hábitos e cultura, se calhar da mesma região» (Os 58 Dias Que Abalaram Macau, José Pedro Castanheira. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1999, p. 92).
Muito bem, é substantivo, tem hífenes: frente-a-frente. As locuções sinónimas são cara a cara, face a face (ambas registadas por Fr. Domingos Vieira, por exemplo) e frente a frente. E se eu quiser escrever «cara-a-cara» ou «face-a-face»? Se calhar não posso, querem ver. O que sem qualquer dúvida está errado no dicionário da Porto Editora é a definição de frente-a-frente: «debate entre duas pessoas». Um encontro, uma mera conversa é um frente-a-frente — não politizem a língua, por favor. (A porcaria do Acordo Ortográfico de 1990 até isto estraçalhou: para essa gente, agora temos, em todos os sentidos, «frente a frente».)
[Texto 11 838]