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Linguagista

Léxico: «poder fáctico»

Não os vejo em lado nenhum

 

      «As três maiorias absolutas que houve em Portugal — duas de Cavaco Silva e uma de José Sócrates foram marcadas pela mais profunda alienação, agressividade, instintos revanchistas e tentativas de humilhação de classes profissionais (ver a passagem pela Educação de Maria de Lurdes Rodrigues), criação de inimigos internos em profusão (Cavaco combatia aquilo a que chamava os “poderes fácticos”, que eram a imprensa, o Tribunal Constitucional, o Tribunal de Contas gerido por Sousa Franco)» («Não dêem ao PS a maioria absoluta», Ana Sá Lopes, Público, 27.07.2019, p. 6).

      Há muito que se fala em poderes fácticos — relembro-o para que não se pense que o homem inventou o conceito. Diga-se que, pela consulta do verbete fáctico em qualquer dicionário (que seja, uma vez sem exemplo, o da Porto Editora: «DIREITO que diz respeito a facto jurídico»), não se fica a saber o que significa a expressão.

 

[Texto 11 877]