Léxico: «carril»
Esse carril não presta
«Portugal não fabrica carris e a importação destas pesadas barras de aço para a ferrovia tem custos elevados, pelo que há todo o interesse em beneficiar de economias de escala ao comprar grandes quantidades. Foi isso que a Infra-Estruturas de Portugal fez, fornecendo-se assim de carris suficientes para as suas obras de substituição e reabilitação de vias férreas para os próximos anos. [...] Quanto medem as tais 8600 toneladas de carris, transportados de Itália em três navios? A designação 54E1 significa que estas barras de aço por onde circulam os comboios pesam 54 quilos por metro. Ao todo são 160 quilómetros de carris que, dispostos lado a lado (separados por 1668 milímetros que é a distância da bitola ibérica), perfazem apenas 79,5 quilómetros. Numa via dupla, não chegariam para 40 quilómetros» («Infra-Estruturas de Portugal importa de Itália 6,4 milhões de euros em carris», Carlos Cipriano, Público, 10.10.2019, p. 25).
O carril da Porto Editora é mais simples e barato, e quase de certeza menos durável: «viga de ferro sobre a qual circulam as rodas de certos veículos (comboios, carros eléctricos, etc.); trilho». Carros eléctricos... Bem, no mínimo, actualmente, é ambíguo. Não seria melhor dizer eléctricos ou trâmueis? E outros veículos, claro: gruas, vagonetas de minas, etc. Concretamente este tipo de carril, o 54E1, tem um pouco mais de 54 kg por metro: 54,77. Há muitos tipos e padrões de carris, e este é um carril de secção do tipo T (flat bottom rails, diz-se em língua inglesa).
[Texto 12 151]