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Linguagista

Léxico: «wittgensteiniano»

Não é bonito

 

      «Aspecto central da nossa relação com o texto de Agamben é também a percepção da natureza herética de uma linguagem filosófica que, na linha do postulado wittgensteiniano da unidade de ética e estética, se move na esfera de uma consciência da precariedade sobre a qual se funda toda a observação que tem ainda algo do “espanto” antigo frente ao mundo e deixa transparecer a consciência dos limites da linguagem que funda a distinção entre nome e discurso (cf. “Ideia do nome”)» (Ideia da Prosa, Giorgio Agamben. Tradução de ‎João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2013, p. 6).

      Wittgenstein (1889-1951), com os seus contributos para a filosofia da linguagem, não merece ver o adjectivo derivado do seu nome no dicionário da Porto Editora? Hum...

 

[Texto 12 229]

Léxico: «crescente | fermento»

Padeira ufana, gabava?

 

      Se crescente fosse meramente o «fermento que se deita na massa do pão para ela levedar», como podemos ler no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, como é que aquela padeira (de Caíde?) se gabava a José Candeias, da Antena 1, de o seu pão ter apenas água, farinha e crescente? Não pode ser: se crescente fosse como um qualquer fermento químico que se pode agora comprar em qualquer supermercado, uma padeira, e mais a mais uma padeira de 70 anos, não se gabaria de tal.

 

[Texto 12 228]

Léxico: «golelha | golhelha | golilha | gonilha»

Estão mais ligados

 

      A palavra do dia, na Infopédia, é golelha: «1. popular esófago; 2. popular, figurado conversa; palavreado; tagarelice». Está certo, mas acontece que também existe a variante golhelha e o dicionário não a regista. É ver noutros. Também relacionada, até etimologicamente, temos golilha, que a Porto Editora define assim: «1. argola fixa a um poste, a que se prendiam os condenados pelo pescoço; 2. cabeção com volta engomada». Neste caso, falta uma acepção: também designa o castigo infligido por meio daquela argola. E, por fim, temos, também relacionado, gonilha, que a Porto Editora define assim: «1. ver gravata; 2. regionalismo aquilo que aperta o pescoço». Na realidade, é igualmente sinónimo de golilha.

 

[Texto 12 227]

Léxico: «alucinogénio | alucinógeno»

Não é de génio

 

      A grafia é alucinogénio ou alucinógeno, mas aqui este catedrático acha que é «alucinogéneo». De dicionários, só deve conhecer o de Termos Médicos da Porto Editora, no qual, na entrada LSD, se lê isto: «sigla de lysergic acid diethylamide. dietilamina do ácido lisérgico (alucinogéneo sintético muito potente que provoca habituação)». É como o erro «pagem», que, mesmo depois de eu avisar duas vezes, ainda aparece numa entrada de um dicionário bilingue.

 

[Texto 12 226]