E desses erros, quem nos livra?
«Ontem, depois de horas de festejos pelas ruas do Rio de Janeiro, inundadas de adeptos de vermelho e preto, Jesus e o Flamengo sagraram-se campeões do Brasil, depois do Grémio vencer o Palmeiras. Isto quando ainda faltam disputar quatro jornadas (o próximo jogo do Fla é quarta-feira)» («Joacine livra-se do Livre? Livra!», Martim Silva, Expresso Curto, 25.11.2019).
Se bem que o Expresso, em especial o que vai publicando ao longo do dia no sítio da Internet, seja actualmente uma nódoa, a ponto de nem sequer merecer ser citado seja para que fim for, convém de quando em quando lembrar quem lá trabalha, em especial quem tem maior responsabilidade, que cometem outros atropelos bem piores do que a trapalhada do Acordo Ortográfico de 1990 que atiram para cima do leitor (grande respeito...), e piores porque mais elementares e, contudo, mais fundamentais. Martim Silva, director-adjunto, devia saber que não se diz «faltam disputar», é um solecismo. Vejamos: o sujeito do verbo «faltar», que é pessoal, é outro verbo, o verbo «disputar», que está no infinitivo. O valor nominal do verbo no infinitivo exige assim que o verbo «faltar» esteja no singular: «falta disputar quatro jogos». Difícil?
[Texto 12 356]