Pelo menos isso
Na terça-feira, ouvi a emissão do programa Jogo da Língua. Há uma novidade, e boa: a Antena 1 já não disponibiliza, ou pelo menos eu não encontro, os podcasts das emissões. Sempre são menos uns erros no éter. E por erros, já conhecem a minha teoria: quando eu ouço o programa, há lá erros. Uma espécie de erros quânticos, mas ao contrário: se eu espreito, há erro. Desta vez, era uma professora do ensino básico a participante. Em plena aula?! Não é preciso sujeitá-la a um processo disciplinar, bastou o castigo (se o foi para ela) de errar algo absolutamente básico: numa frase como «Queria um maço de tabaco, se faz favor» (não era esta a frase, mas apenas a estrutura), respondeu erradamente à pergunta sobre qual era o tempo e o modo da forma verbal «queria». Filomena Crespo, que, quando lhe apetece, quando simpatiza ou quando está bem-disposta, ajuda, apiedou-se e obrigou-a a mudar a resposta. E a «especialista», que disse? Devia começar por ensinar que se trata do chamado imperfeito de cortesia, mas só nos últimos segundos lhe saiu uma forma trapalhona, desvirtuada, de o dizer: trata-se, afirmou, de «cortesia linguística». E ainda falou, só para atrapalhar, no condicional, mas mais vale esquecer essa parte. É o que temos.
[Texto 12 817]