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Linguagista

«Frente a»?

Sobre um título

 

      Sou leitor (pagante) do jornal Público, mas apenas da versão digital, e por isso não vou a nenhuma banca comprá-lo, ou teria trazido também a obra do físico e escritor italiano Paolo Giordano. Ou não, porque o título da tradução de Miguel Serras Pereira ­— Frente ao Contágio — me parece um grosseiro atropelo ao português. Mais um. «Frente a»? Será a edição ibérica da obra? No original, é Nel contagio; a edição inglesa tem o título How Contagion Works; a espanhola, En tiempos de contagio; a francesa, Contagions; a alemã, In Zeiten der Ansteckung Rowohlt; a catalã, En el contagi; a croata, U Času Epidemije; a neerlandesa, In Tijden Van Besmetting; a húngara, Járvány Idején; a norueguesa, I Smittens Tid, etc. Sim, etc., já chega, a conclusão é só uma: se não quisessem o seco e honesto «No contágio» do original, a alternativa não era o caminho errado que escolheram, mas algo como «Em pleno contágio», por exemplo. Só tinham de fugir de dois caminhos: o oportunista, seguido pelo editor russo (Заражение – Covid – 19, наука, общество и глобальный кризис), e o gramaticalmente errado por onde se enfiaram.

 

[Texto 13 263]

Léxico: «instrutivo»

Segundo

 

      Este vê-se na imprensa angolana e, naturalmente, na própria lei: «O Governo vai divulgar, nos próximos dias, um instrutivo com as normas de cobrança e pagamento de propinas no ensino privado, informou ontem, em Luanda, a ministra da Educação» («Governo prepara instrutivo para a cobrança de propinas», Jornal de Angola, 17.04.2020, p. 2).

 

[Texto 13 262]

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