Fora da rede
«A rede era outro meio de transporte característico da Madeira de Oitocentos. Derivava da evolução de dois outros métodos anteriores: a cadeirinha, e depois o palanquim. A primeira, construída em madeira, era carregada por dois indivíduos que a seguravam pelas varas. O segundo constituía-se por uma espécie de prancha ornada em metal, de base firme onde se ia sentado sobre almofadas, de pernas estendidas. A base era suspensa numa vara que seguia carregada aos ombros. A rede era o meio mais cómodo e seguro para pessoas debilitadas. Era construída por um tecido de malha forte, suspenso numa vara, que era carregada por dois homens, um em cada extremidade. Na cidade, a rede era acolchoada, ladeada por folhos compridos. Era encimada por um pequeno toldo que a protegia parcialmente, onde corriam cortinas claras de fazenda, apanhadas à frente, em bambinelas. No campo, a rede não era tão adornada. Neste caso, era mais frequente em malha tingida de azul, coberta por uma colcha sobre a vara, o que lhe proporcionava um toldo angulado» (A Madeira através de Gravura, dissertação de mestrado, José A. de Barros Rodrigues. Universidade da Madeira, 2011, p. 79). Não foi apanhada na rede dos dicionaristas, infelizmente.
[Texto 13 690]