São estações
«Cerca de quatro milhões de pessoas estão a ser afetadas por inundações provocadas pelas monções no sul da Ásia, que já cobriram com água um terço do território do Bangladesh, anunciaram esta terça-feira as autoridades no local. [...] A grande monção de junho a setembro é crucial para a vida e agricultura no subcontinente indiano, mas a cada ano causa destruições importantes e faz um grande número de vítimas nesta região do mundo, que abriga um quinto da humanidade» («Um terço do Bangladesh está inundado devido às monções», TSF, 14.07.2020, 20h16). Ou seja, monção é também uma estação — e a Porto Editora não o diz. E não se passará o mesmo com cacimbo, que até por isso merece a maiúscula inicial na imprensa angolana? «O Cacimbo começou hoje oficialmente, di-lo o calendário, a lembrar aos luandenses, na maioria, mais preocupada com o recolhimento físico, das poucas armas de que dispõe para evitar o coronavírus, do que com datas definidoras de mudanças climáticas» («Aproveitar o Cacimbo», Luciano Rocha, Jornal de Angola, 15.05.2020, p. 4).
Mas não é o único problema com o vocábulo monção no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, pois ainda lhe falta outra acepção. «O abastecimento das minas se deu principalmente através das monções. As monções eram expedições que partiam da capitania de São Paulo, trazendo às minas de Cuiabá vários produtos, como alimentos, remédios, mercadorias de luxo, ferramentas de trabalho, escravos, dentre outros» (História de Mato Grosso, Else Dias de Araújo Cavalcante. Cuiabá: Carlini & Caniato Editorial, 2007, p. 17).
[Texto 13 746]