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Linguagista

Léxico: «barbusano | pau-branco»

Árvores ignoradas, e são nossas

 

      «Não é preciso cenógrafo para a coreografia ser onírica. Está lá tudo, pois desde o princípio que a Laurissilva nos espera: faias, tis, barbusanos, loureiros, vinháticos, pau branco, mil e um fetos vagueando no musgo. A água que vem da névoa que nos embebeda vai-se enraizando em todos estes verdes. A mesma água que nos é devolvida, em toda a sua força virgem, no Caldeirão do Inferno» («O almirante das nuvens. Pico Ruivo», André Cunha, «Fugas»/Público, 8.08.2020, p. 9).

      Sim, pau-branco (Picconia azorica), árvore endémica no arquipélago dos Açores, excepto na Graciosa. A sua madeira é abundantemente empregada em marcenaria.

 

[Texto 14 062]

Léxico: «homem-grande»

Lembrei-me então deste

 

      «A constituição de um rebanho bovino para o seu sacrifício ritual no momento da morte do homem-grande é característica da dinâmica sócio-económica do sistema de bolanha» (O Programa de Ajustamento Estrutural na Guiné-Bissau, António Isaac Monteiro. Lisboa: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, 1996, p. 361). “[Almeida Santos] Transmitiu sempre a sua densa e admirável cultura humanístico-jurídica que fez do mesmo um incontornável legislador da liberdade e, acima de tudo, um Homem-Grande na verdadeira aceção africana do termo”, diz [Manuel] Pinto da Costa» («Reações. Costa ausente do funeral de Almeida Santos», Observador, 19.01.2016, 6h44).

      Ora aqui temos mais um triste caso: conhece-se o conceito, usa-se o termo, mas depois ninguém o plasma nos dicionários, com o que só perdemos. Quanto à decantada lusofonia, é só da boca para fora.

 

[Texto 14 061]

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