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Linguagista

Léxico: «presencialidade»

Último do ano

 

       «Neste sentido distinguiu o apóstolo os instantes dos futuros, chamando instantes às coisas que estão (digamo-lo assim) escorregando do estado da futurição para o da presencialidade, e futuros às que hão-de tardar mais» (Nova Floresta, Manuel Bernardes. Lisboa: Lello & Irmão, 1949, p. 335).

      Se, como colectivo, foi o pior ano das nossas vidas, individualmente, e no meu caso, esteve muito longe disso. Foi um ano de rupturas e disrupções, mas o essencial permanece e surgiram pistas e sinais para o futuro.

 

[Texto 14 535]

Como se fala na rádio

Apre!

 

      No noticiário das 10 da manhã de domingo, na Antena 1, a jornalista Rita Soares foi dirigindo o repórter Luís Peixoto, que estava a acompanhar o arranque da operação de vacinação contra a covid-19 no Centro Hospitalar de S. João, no Porto. Faz lá isto, faz lá aquilo, vê lá isto, vê lá aquilo. Momento antológico: «Luís, como é que encontraste esta manhã as pessoas com quem te cruzaste aí no Hospital de S. João, qual é a imagem facial dessas pessoas?» A imagem facial... Se fosse apenas isto: a jornalista deu uma boa amostra dos mais comuns chavões da linguagem, dos erros mais vulgares. A linguagem é a ferramenta dos jornalistas, mas, em muitos casos, ferramenta romba e gasta.

 

[Texto 14 534]

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