De todos os dias
Eis uma palavra que se ouve todos os dias — e não está no dicionário da Porto Editora. Ainda ontem ia pela rua e um homem, junto de um carro, dizia para outro: «Foi assim que lhe dei uma panada.» Nos livros: «Não percebo bem porquê, pois no último censo indiquei que a minha filiação religiosa era a de Cavaleiro Jedi, e no entanto só consigo “sentir” o carro atrás de mim quando acabo realmente por lhe dar uma panada» (Os Anos Top Gear, Jeremy Clarkson. Tradução de Alberto Gomes. Queluz de Baixo: Editorial Presença, 2015, p. 122). E agora outra panada, um grande pano cheio e atado pelas pontas: «A ideia que lhes luzia foi a de lá jogarem uma panada de feno a arder, e daí que logo vissem uma arca desconforme, encostada a um canto. Uma arca desconforme — com três milheiros de diabos! — onde haveria riquezas que os tirariam de trabalhar» (Novelas e Contos, Vol. 1: Procissão dos Defuntos; Vida de Cão, Tomaz de Figueiredo. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2006, p. 138). E outra: «Liberto a mão reguilas e acerto-lhe uma panada pelos queixos» (Lord Canibal, Fernando Correia da Silva. Lisboa: O Jornal, 1989, p. 50). E há mais acepções.
[Texto 14 683]