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Linguagista

Léxico: «lírio-da-paz | espada-de-são-jorge»

Já sabem onde não estão

 

      «Se o espaço não tem muita luz, “pode optar pela zamioculcas, a maioria das calatheas, o scindapsus, alguns filodendros e spathiphyllum — o famoso lírio-da-paz”, elenca Márcio [Orsi da Silva]. “Ao contrário, se houver incidência de sol direto em excesso pode optar, para além dos catos e suculentas, pela iúca, a sansevieria — a espada-de-são-jorge — e estrelícias”» («Trazer o verde para casa em tempos de pandemia», Lina Santos, Diário de Notícias, 11.02.2021, p. 30).

 

[Texto 14 687]

Léxico: «concepcionista»

Cultuam a Conceição Imaculada

 

      «“O aroma é diferente”, diz Maria Helena, celíaca. “Gostamos tanto de provar os bolos... e eu fico sempre a olhar”, sorri a irmã do Mosteiro de Santa Beatriz — quarta morada em Viseu das monjas concepcionistas (Ordem da Imaculada Conceição) que este ano celebram 50 anos de presença nesta diocese [...]» («Os doces delas são feitos com orações e amor», Luís Octávio Costa, «Fugas»/Público, 21.11.2020, p. 4).

 

[Texto 14 686]

Léxico: «equador»

Qualquer planeta ou corpo celeste

 

      «Para que estas observações sejam possíveis, a sonda começará a fazer uma órbita quase equatorial e ficará a uma distância de Marte entre 22.000 e 44.000 quilómetros» («Sonda Hope já orbita Marte. China e EUA estão também a chegar ao planeta», Teresa Sofia Serafim, Público, 10.02.2021, p. 28).

      Como o equador dos nossos dicionários só diz respeito ao planeta Terra, eis que temos aqui outro erro.

 

[Texto 14 685]

Léxico: «lagartixa-da-madeira»

Endémica na Madeira

 

      «As espécies que dependem de ilhas, como é o caso do painho-do-monteiro, que só se nidifica em alguns ilhéus dos Açores, encontram-se ainda numa posição mais vulnerável. O seu habitat é, regularmente, ameaçado pela chegada de ratos e outros predadores exóticos, como a lagartixa-da-madeira [Teira dugesii selvagensis], que tem sido observada a alimentar-se de crias de painho-de-monteiro» («A Ave do Ano 2021 já foi eleita — e é um exclusivo dos Açores», Ricardo Jesus Silva, Público, 10.02.2021, 16h20). Endémica na Madeira, ausente dos dicionários.

 

[Texto 14 684]

 

Léxico: «panada»

De todos os dias

 

      Eis uma palavra que se ouve todos os dias — e não está no dicionário da Porto Editora. Ainda ontem ia pela rua e um homem, junto de um carro, dizia para outro: «Foi assim que lhe dei uma panada.» Nos livros: «Não percebo bem porquê, pois no último censo indiquei que a minha filiação religiosa era a de Cavaleiro Jedi, e no entanto só consigo “sentir” o carro atrás de mim quando acabo realmente por lhe dar uma panada» (Os Anos Top Gear, Jeremy Clarkson. Tradução de Alberto Gomes. Queluz de Baixo: Editorial Presença, 2015, p. 122). E agora outra panada, um grande pano cheio e atado pelas pontas: «A ideia que lhes luzia foi a de lá jogarem uma panada de feno a arder, e daí que logo vissem uma arca desconforme, encostada a um canto. Uma arca desconforme — com três milheiros de diabos! — onde haveria riquezas que os tirariam de trabalhar» (Novelas e Contos, Vol. 1: Procissão dos Defuntos; Vida de Cão, Tomaz de Figueiredo. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2006, p. 138). E outra: «Liberto a mão reguilas e acerto-lhe uma panada pelos queixos» (Lord Canibal, Fernando Correia da Silva. Lisboa: O Jornal, 1989, p. 50). E há mais acepções.

 

 

[Texto 14 683]