Léxico: «cobro»
Entre muitas outras
«É um cobro. E chacoteando a ciência das vizinhas da filha, passou a prescrever o tratamento a aplicar: a moça tinha que ir todos os dias a um ferreiro fazer o curativo» («O cobro», Américo Paiva, in Seis Contistas Alentejanos. Sá da Bandeira: Publicações Imbondeiro, «Colecção Imbondeiro», 1963, p. 13).
Outra que ouvi a vida inteira e, sabem que mais?, a Porto Editora desconhece-a, registando-a apenas com os nomes cobrão e cobrelo. Leiam agora estas «Breves nótulas médico-antropológicas sobre o tratamento vernáculo do “cobro” (herpes zóster) no Alentejo», de J. A. David de Morais, na revista Medicina Interna — que cita precisamente este conto de Américo Paiva. Só numa republiqueta como a nossa é que se despreza tanto conhecimento. Vejam, na página 58, as dezenas de designações populares de zona, ou herpes zóster. (E também me parece, Porto Editora, que tens de corrigir a definição de zona nesta acepção.)
[Texto 15 149]