Sobre «betesga»
Ah, os dicionários...
«A planta da cidade de 1650 feita por João Nunes Tinoco, cuja cópia está exposta no Museu de Lisboa, não deixa margem para dúvidas quanto à então grande extensão da rua cujo nome significa, no dicionário, rua estreita ou beco sem saída. “O que acontecia é que até ao primeiro levantamento, de [João Nunes] Tinoco, em 1650, havia uma pequena betesga a meio da rua e eventualmente foi essa betesga, a existência da betesga, que originou o topónimo”, especula Mário Nascimento, historiador daquele museu» («Como a Betesga se tornou uma rua tão pequena», Sofia Fonseca, Diário de Notícias, 21.06.2021, p. 16).
Ah, os dicionários, pois... Dizem agora que é rua estreita, beco sem saída, mas outrora, no de Morais, por exemplo, apenas se lê que é a lojinha, ou taverna pequena, em sítio retirado. É por isso que vejo agora com alguma perplexidade esta acepção relegada para o fim do verbete.
[Texto 15 251]