Linguagista

Respeito, são os nossos antepassados

      «Marialva. Foi buscar o nome à protagonista da lenda da Dama do Pé de Cabra, Maria Alva, uma donzela que habitou no castelo, que ainda hoje se ergue sobranceiro, mas em ruínas, no alto da aldeia. Nestas pedras guardam-se histórias desde os tempos em que foi povoada pelos aravos, um povo lusitano» («Aldeias históricas», in Guia Viver Portugal Centro, Expresso, p. 49). A Porto Editora é muito nova, não se lembra dos Aravos.

[Texto 15 329]

Sei onde não está

      «Há de tudo um pouco — sem rega aditivada, nem estufa. Dezenas de variedades de amêndoa e figo (frescos, em passa ou secos), azeitonas britadas ou de sal (outra raridade, hoje em dia), tomates-rosa, pimentos multicolores, malaguetas poderosas, figos da Índia e frutas dos trópicos que não viajaram nem de barco nem de avião, colhidas no ponto certo de maturação» («Os caçadores de fruta», Ricardo Dias Felner, «Revista E»/Expresso, 25.06.2021, p. 31).

[Texto 15 328]

Palavras e regiões esquecidas

      «“E ainda temos os peros”, acrescente José Pedro. Peros? No Algarve? “São conhecidos como malaipos. Não há melhor. São nossos, só existem aqui. As pessoas penduram-nos para os conservarem, como se fossem cebolas ou alhos.”» («Os caçadores de fruta», Ricardo Dias Felner, «Revista E»/Expresso, 25.06.2021, p. 30).

[Texto 15 327]

Primeira para ti

      «Também lhe levaram a mal [a Hannah Arendt] que defendesse Heidegger, seu antigo professor e amante, que cedeu à judeofobia e ao carrerismo; mas ela esclareceu que aprendera a pensar com Heidegger, e que “os amigos antigos são melhores do que os recentes”» («Fazer o jogo», Pedro Mexia, «Revista E»/Expresso, 25.06.2021, p. 48).

      Há sempre uma primeira vez, mas, no caso, já a conhecia. A Porto Editora ignora-a. Uma com que deparei pela primeira vez na semana passada, num documentário na Netflix, foi lesbofobia.

[Texto 15 326]