Sabedoria ancestral
«Um bom exemplo é o vinho que sugiro hoje, feito com Uva Cão, uma variedade tão ácida que se plantava nas vinhas à beira dos caminhos para desincentivar os passantes. Era a casta que guardava a vinha!» («Balanços (rápidos) e perspetivas (nubladas)», João Paulo Martins, «Revista E»/Expresso, 23.12.2021, p. 82). Isto é que é sabedoria. E Uva-Cão não está nos dicionários. Na página da internet da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão pode ler-se: «Esta casta no Dão é das mais serôdias e menos produtivas da região. O cacho é pequeno a médio e compacto. O bago é pequeno e de película espessa. Produz vinhos de cor citrina, frutados, frescos e com riqueza ácida. A boa graduação alcoólica, associada à acidez que apresenta, permite uma muito boa evolução em garrafa, dando nessa altura origem a vinhos com um certo corpo, cor amarelo palha e uma frescura admirável, com muita finura e elegância. Entra geralmente misturado com outras castas conferindo-lhes a acidez, delicadeza e equilíbrio.»
[Texto 15 840]