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Linguagista

Léxico: «gripalizar»

Como a gripe

 

      A coroa de flores não devia antes ser deposta aos pés das empresas de sondagens? Ah, já estamos no ar. Vamos lá: «“É inevitável, a questão é saber qual a melhor altura. Depois, gripalizar, adotar as medidas que temos para a gripe”, frisa Filipe Froes. Tanto mais que a atual intensidade torna impossível “controlar isto de outra forma”. Identificar os casos, rastrear contactos, determinar isolamentos “é uma máquina que não funciona com um vírus tão rápido”, explica, por sua vez, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes» («“Gripalizar”, fazendo reforço vacinal nos mais vulneráveis», Joana Amorim, Jornal de Notícias, 28.01.2022, p. 13). Não digam que isto não é interessante.

 

[Texto 15 920]

Léxico: «ecosserviço»

Regressem à casa de partida

 

      Estive a ler o programa eleitoral do PSD. (As 614 páginas do programa da Iniciativa Liberal ficam para uma próxima reencarnação.) Às tantas, no capítulo do ambiente, prometem uma «especial articulação com as medidas da política florestal para as áreas arborizadas, incluindo as de remuneração de ecoserviços tendo como contrapartida a limpeza das matas». Bem, minha é que a culpa não é — se não está nos dicionários, e vamos deparando com ela com uma frequência crescente, se os falantes estão imperfeitamente alfabetizados, não é surpresa vermo-la mal grafada.

 

[Texto 15 919]

Votómetro, violentómetro...

E por aí fora

 

      O Observador tem um votómetro, que, diga-se, não é nada de novo. Infelizmente, uma locutora da Rádio Observador deturpa-o para «vetómetro». Ora bolas. O que me levou a resgatar da memória e do arquivo do que tinha lido: «Nasceu como uma régua que representava vários escalões de violência. Chamava-se “Violentómetro” e aplicava-se aos estudantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real (UTAD)» («“Violentómetro” já abrange 20 mil alunos e 180 escolas», Eduardo Pinto, Jornal de Notícias, 24.01.2022, p. 20).

 

[Texto 15 918]